O texto de Paulo sobre o amor em 1 Coríntios 13 é um dos mais conhecidos do Novo Testamento. Foi até vertido em música popular e é mencionado em muitas cerimônias de casamento. Mas poucos param para pensar no contexto em que Paulo escreveu este texto.
A primeira carta de Paulo aos coríntios foi escrita para uma igreja ameaçada a dividir-se por questões de “culto a personalidades” (sou de Paulo, sou de Pedro, sou de Apolo), imaturidade, orgulho, imoralidade sexual, comida e bebida e o valor e uso dos dons espirituais.

Neste contexto encontramos a declaração magnífica sobre o amor. Para Paulo, não é tanto o que fazemos, mas a atitude com que fazemos que conta. Demonstração de carismas, conhecimento de profundos mistérios, fé poderosa, postura radical de desapego a coisas materiais em função dos pobres, sacríficio pessoal, nada disso tem valor algum se não partir da motivação certa. E a motivação certa, segundo Paulo, é o amor.

Quando o amor é o motivo, tudo muda. Pois, como diz Paulo, o amor é paciente e bondoso. Não está procurando se aparecer. Não sente inveja dos outros. Não é arrogante. Não está buscando interesses próprios. Não maltrata a ninguém, não se ira facilmente, não guarda rancor.

O amor tudo sofre – não é mimado.

O amor tudo crê – não é desconfiado.

O amor tudo espera – não é apressado.

O amor tudo suporta – não é desistente.

Quando amamos não dividimos e atacamos uns aos outros, mas procuramos construir pontes de relacionamento e paz.Quando amamos não ficamos tentando provar que somos melhores e mais sábios, antes nos alegramos com o crescimento e sucesso “do outro”.

Quando amamos tratamos nosso próximo com respeito, dignidade, justiça e, portanto, não usamos as pessoas como meros objetos para satisfazer nossos próprios desejos e interesses.

Quando amamos repartimos e compartilhamos o que nos foi confiado graciosamente e responsavelmente, como fiéis mordomos e não como proprietários e “donos”.

Quando amamos, usamos nossos talentos em serviço a Deus e ao próximo, para a glória de Deus e edificação do próximo, nunca em benefício próprio.

Somente quando nossas ações forem feitas em amor estaremos no caminho para uma verdadeira revolução espiritual que contagiará o mundo descrente. Antes disso, faremos muito barulho para nada.
Que Deus nos ajude a aprender esta simples verdade e colocá-la em prática dia após dia.

Soli Deo Gloria.
Sandro Baggio